quinta-feira, 31 de maio de 2012

PONTO DE VISTA

O texto abaixo foi publicado pelo UOL.
30/05/2012 14h 43
Casa de Arthur Conan Doyle, escritor de Sherlock Holmes, é salva da demolição
O Superior Tribunal de Londres salvou nesta quarta-feira (30) da demolição a casa vitoriana de Arthur Conan Doyle em Surrey (Inglaterra), onde o escritor escocês escreveu 13 romances do astuto detetive Sherlock Holmes.
A fundação para preservar esse prédio histórico, a chamada Undershaw Preservation Trust, apresentou no último dia 23 de maio um recurso contra sua demolição que foi aceito pelo tribunal e que impedirá que a casa vitoriana se transforme em oito imóveis, sem levar em conta seu valor literário.
Em uma audiência realizada hoje, o juiz Ross Cranston alegou "erros legais" para revogar a decisão da Prefeitura de Waverley, que em setembro de 2010 tinha dado sinal verde às obras na casa na qual o autor escocês escreveu a história mais conhecida de Sherlock Holmes, "O Cão dos Baskervilles".
Gibson considerou que a casa projetada pelo próprio Doyle, que viveu nela de 1897 até 1907, tinha sido "gravemente descuidada por seus atuais proprietários", a empresa construtora Fossway.”

O zelo dos ingleses, me chamou a atenção. Não pude deixar de comparar à nossa realidade.
Ao ler a matéria, achei a casa em ótimas condições, ao menos julgando pela foto que se vê, entretanto, para os padrões britânicos não é como se entende.
Vocês já imaginaram se eles vissem como o CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, conserva os imóveis que tomba?

Quando o imóvel é tombado o proprietário não pode mais fazer reforma, somente pode fazer restauração, o que custa os olhos da cara, e não pode vender para quem não se responsabilize pelos mesmos zelos e o CONDEPHAAT não libera verbas para a manutenção dos imóveis com a mesma agilidade com que os tomba. Aí, a cidade fica cheia de escombros, criando ratos.
Na Rua Artur Prado, na Bela Vista, em São Paulo, há uma casa escorada com estacas, e mesmo assim prestes a cair. Nem pra ser invadida por “sem teto” ela serve. É bom dizer que não moro na mencionada rua, apenas, me causa aborrecimento ver que igual a tantas outras coisas esse assunto é tratado com descaso.

A impressão que temos é que alguém “achou” que deveria ser assim e pronto. Ocupava um posto que lhe possibilitava, tinha apoio na lei, foi lá e meteu a caneta.
Como sempre digo, a caneta é a arma mais poderosa que existe.

Na Rua Treze de Maio, próximo à Av. Brig. Luis Antonio, temos outro caso semelhante, embora a propriedade não esteja tão mal conservada.

Em Higienópolis o caso se repete e na Rua Apa, também.

Teria sido tão bom se houvessem aproveitado a oportunidade para, de fato, preservarem a história e a memória da cidade de São Paulo, mas, não é o que acontece, porque, os proprietários são impedidos de disporem de seus imóveis como melhor lhes aprouver e o Estado nada faz para preservar o que tombou. É quase uma apropriação, exceto, porque o dono do imóvel continua sendo responsável pela conservação.

É mais ou menos assim, você tem um carro que tem que ficar na garagem. Entendeu?